Índigo
Diversos tons de azul revelam-se no tecido como magia, e da planta Persicaria tinctoria, nasce o Índigo japonês.
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Meu interesse pelo Aizomê, técnica japonesa de tingimento usando índigo, começou pelo fascínio da cor azul dos tecidos dos tuaregues. Surpresa, percebi que ele estava presente desde a história antiga em várias culturas. O registro mais antigo data de 8000 anos atrás. Entendi, durante o curso com Kiri Miyazaki, porque o índigo é poderoso, quase uma entidade, ao presenciar a cor verde amarelada do tecido se tornar azul em poucos segundos, quando exposto ao ar.
Considero o azul índigo uma cor bela, mas ele é muito mais que isso. Democrático, ele está presente em várias espécies de plantas em todos os continentes e acompanha a história do homem carregado de diferentes concepções e simbolismos. Por essas características, é capaz de imprimir a um objeto o conceito de joia. Daquelas que tocam, questionam e, principalmente, transmitem sentimentos e histórias pessoais e ancestrais.
Usei nesses trabalhos o método e a planta japonesa (Persicária tinctoria) que leva um ano para completar sua preparação. O processo é lento e pede respeito aos ciclos naturais. Os objetos, depois de tingidos, sofrem a ação do tempo, desbotam e adquirem cicatrizes, contam muitas histórias. O índigo evidencia o caráter e a trajetória única de cada peça, celebra a beleza da imperfeição e da transitoriedade, a vida como um processo contínuo de transformação
Assim cada objeto ganha uma alma.
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Por que o azul?
O azul do Aizomê (tingimento de índigo) enfatiza o caráter imperfeito e único de cada peça, a estética do wabi-sabi que celebra a beleza da imperfeição e da transitoriedade, a vida como um processo contínuo de transformação.
Mas o azul ultrapassa fronteiras culturais e temporais, no Egito antigo simbolizava o universo, a perfeição, o divino e a eternidade. Já para os tuaregues ele é proteção e a conexão com o vasto céu do deserto, para Yves Klein, a evocação do imaterial e infinito que conecta o espectador a uma dimensão espiritual.
O azul cultuado no Aizome evidencia o caráter e a trajetória única de cada peça.